Sexualidade infantil

A sexualidade inicia desde o nascimento da criança, porém se revela em formatos diferentes no decorrer do desenvolvimento infantil. No processo de construção da sexualidade é importante o papel dos pais, pois a criança é influenciada pelos mesmos.

Para as crianças, a sexualidade é uma forma de explorar as diferenças (corpo feminino e masculino). Conforme crescem, percebem que meninos e meninas são diferentes. Essa identificação começa com a exploração do seu próprio corpo e comparando com os outros (pai, mãe, irmãos e pessoas do cotidiano), reconhecendo os formatos anatômicos distintos. O problema da sexualidade infantil são os limites colocados pelos adultos, que devido aos mitos e tabus mal resolvidos, se mostram conflitantes para criança.

Por volta de 4 anos, a criança surge com perguntas “de onde veio” ou “como foi parar na barriga da mamãe”. Essas questões fazem parte do desenvolvimento saudável, ela tem curiosidade a respeito da sua origem. Também pode ocorrer, às vezes, de serem encontradas se acariciando ou explorando os corpos uma das outras. Esta situação também tem a ver com a curiosidade, a criança não tem um olhar malicioso sobre esse comportamento. Sendo muito diferente do que é conhecido pelos adultos

Por isso, se os pais se depararem com esse comportamento, não devem proibir, dar bronca, dizer que é feio ou sujo. É importante lembrar que toda criança cresce, com esse tipo de atitude dos pais, pode bloqueá-la no contato com seu próprio corpo e o corpo do outro, surgindo conflitos sexuais na vida adulta.

Essa é uma fase que passa, quanto menos ênfase der ao assunto, mais rápido vai passar. Porém responder as questões da criança faz bem, as respostas devem ser simples e compreensível para ela. Não há necessidade de inventar historias sobre sua origem, ela só quer saber a verdade. Se não houver resposta convincente, ela continuará a perguntar para os pais, ou pode procurar a resposta com outras pessoas.

Se os pais verem a criança se acariciando ou com outra criança, chame-a para outra coisa, brincar, ajudar a mamãe em algo, ver algo diferente, ou seja, tirar sua atenção do comportamento. Se ela se acariciar na frente de outras pessoas, é necessário explicar, em outro momento, que este é algo íntimo e que não deve ser feito com outras pessoas por perto. É importante tratar o assunto de forma prática, pois é uma situação real de ensino, como qualquer outro conhecimento.

Para o adulto é difícil lidar com essas questões, pode ser constrangedor e embaraçoso, mas é algo que não tem como se esquivar. É preciso aprender a lidar com a sexualidade infantil da melhor forma possível. Portanto, é fundamental respeitar a criança em sua curiosidade saudável. Não julgue, não brigue e não humilhe a criança. As atitudes saudáveis dos pais ajudam no fortalecimento da relação entre pais e filhos e fortalece também a auto-confiança da criança.

Vale lembrar que esse processo descrito faz parte do desenvolvimento natural do ser humano, porém se esse tipo de comportamento ocorrer em excesso é imprescindível verificar se a criança está exposta com freqüência a comportamentos sexuais (seja visual ou físico). Para tanto, é indicado que converse com Psicólogo para avaliar a situação.


Adelita Fátima de Almeida
Psicóloga Clínica
(11) 9 8289 4459


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